quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como ler uma partitura - 1

Bom dia pessoal,

         Vamos começar um pequeno estudo de fundamentos mínimos  para leitura de partituras musicais que encontrei durante pesquisas na net, e acho interessante dividir com vocês. Não tem como pretensão ir muito afundo em teorias e técnicas, mas sim dar uma visão geral do que pode aparecer  de relevante em uma partitura musical.

         Vai ser um pequeno estudo que vamos fazer juntos, estarei dividindo em 4 partes, e assim podermos analisar melhor, estarei postando este estudo uma vez por semana.

1. Leitura de notas numa partitura

         Uma pauta (stave, em inglês) é constituída por um conjunto de 4 espaços
delimitados por 5 linhas equidistantes cuja função é a identificação das notas (sons). A
cada espaço ou linha corresponderá apenas a uma nota. Além destas linhas principais
existem as linhas suplementares que só são utilizadas se existirem notas cuja localização
seja fora das 5 linhas principais. Essas linhas não são totalmente desenhadas, apenas o
suficiente para se perceber qual a localização exata da nota.
         O conjunto de linhas e espaços, por si só não tem qualquer significado, é necessário
existir uma linha ou espaço que sirva de referência. Assim, surge a clave (clef), uma
espécie de “chave” indicando a localização de uma nota (note) e, por relatividade, das
restantes.

As claves mais comuns são as seguintes:


fig. 1 – claves mais comuns

         As claves de Sol e de Fá são as mais utilizadas, sendo, a primeira a que mais se
destaca. Por isso, nos exemplos que surgirem mais à frente será utilizada
predominantemente a clave de Sol.

         O nome da clave vem da nota que é indicada pela mesma (nota a vermelho na fig.)

2). A clave de Sol dá a informação da nota correspondente à 2ª linha (as linhas contam-se
de baixo para cima) ser um Sol. Na clave de Dó é indicado, pela re-entrância da
curva/chaveta, que a nota Dó escreve-se na 3ª linha. Os dois pontos da clave de Fá
indicam qual a linha que corresponde a um Fá.


fig. 2 – notas em diferentes claves

         Qual a utilidade de existirem claves diferentes ? O objectivo é que a maior parte das
notas sejam inscritas em linhas de pauta e não em linhas suplementares, já que seria,
neste caso, mais difíceis de ler. Assim, a clave de Sol usa-se para notas correspondentes a
sons de médios a agudos, a clave de Dó para os médios e a de Fá para sons graves a médios.
         Na fig. 3 estão representadas exatamente as mesmas notas em cada clave.
         É notória a diferença resultante da utilização de diferentes claves para escrever exatamente o mesmo trecho!

fig. 3

A fig. 4 ilustra a relação entre as claves.
fig. 4 – relação entre claves

         Na escrita de música (music score) para piano utiliza-se um sistema constituído
pela clave de Sol e de Fá.

fig. 5 – exemplo duma partitura para piano

         As duas pautas correspondentes a cada clave estão separadas fisicamente, embora
exista uma relação entre elas. A ligação é feita pelo Dó central (ver fig. 6) que
corresponde ao que é escrito na linha suplementar imediatamente abaixo da 1ª linha de
pauta da clave de Sol. Existem duas representações alternativas à já referida: o Dó pode
ser escrito na linha suplementar imediatamente acima da 5ª linha da clave de Fá ou a
meia distância entre a linha superior da clave de Fá e a inferior da clave de Sol (fig. 6).

fig. 6 – Dó central

         Na denominação inglesa as designações clave de Sol, clave de Dó e clave de Fá
correspondem a treble clef, alto clef e bass clef, respectivamente.
         O nome das notas segue as letras do alfabeto começando no Lá.

Português Lá   Si  Dó  Ré  Mi  Fá  Sol
Inglês A    B    C    D    E    F    G

         Alternativamente, também se pode encontrar G clef, C clef ou F clef com a
designação de treble clef, alto clef ou bass clef, respectivamente.

         Existem apenas sete notas naturais (mais à frente serão apresentadas outras) - Dó,
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si – que serão repetidas, tal como se tivéssemos uma linha fechada
(… Lá, Si, Dó, Ré, …, Si, Dó, …). À gama de notas compreendidas entre o Dó e o Si dá-se
o nome de oitava. Logo, a linha fechada é constituída por sequências adjacentes de
oitavas.

         Como distinguir, por exemplo, dois Dós que se encontram em oitavas diferentes e,
por isso, têm localizações diferentes na pauta tal como se pode ver na fig. 7 ?

fig. 7

         Através do número da oitava! Tal como já foi dito, cada grupo de sete notas
consecutivas constitui uma oitava e cada uma terá um número associado. É o número da
oitava que distingue duas notas com o mesmo nome mas localizações diferentes nas
linhas/espaços da pauta.
         O número das oitavas muda nos Dós correspondendo o número 3 ao Dó central (o
da linha suplementar imediatamente abaixo da 1ª linha de pauta da clave de Sol). A
contagem é crescente no sentido ascendente tal como a figura seguinte mostra.


fig. 8

Próxima parte - 2. Ritmo, tempo e compasso. Aguardem...

Um forte abraço!


Nenhum comentário: